30.1.11

Das cenas belíssimas

- Você é preta, pobre, feia, mulher! Você não é nada!
- Sou pobre, preta. Posso até ser feia. Mas, Deus, estou aqui! Estou viva!
- Você vai voltar. Vai viver do quê? Você vai voltar! (A cor púrpura)

Das belezas:

Roubadas.
Dos janeiros: abismos. E as águas de março? Esperança no calendário dos homens.
"Quem é de verdade sabe quem é de mentira."

Já não há.

Já não há. Há um querer. Nada mais que isso.
Até aqui foi tudo instinto de sobrevivência. Foi selva.
Não sei mais enganar as perguntas. Estou calado.
Assustado. Em mim: só cacos. Continuo louco.
Louco pra ser amado. Mas já não há.
Não há nada. (Sérgio Roberto)