Q
U
E
D
Aonde vais?
(Riso!) Não sei.Levanta-me!
Aqui está frio.
Segura minha mão!
Ah! E vê se não solta!(Sérgio Roberto)
30.4.08
Pronomes em dois
Eu e você
Você por nós
Nós a sós
Tu em mim
Eu em você
Nós?
A gente
Você?
E eu (Sérgio Roberto)
Você por nós
Nós a sós
Tu em mim
Eu em você
Nós?
A gente
Você?
E eu (Sérgio Roberto)
29.4.08
O Abraço
É assim, deixa eu te ensinar:
Encosta.
Braços para frente.
Mãos nas costas (podem ser fechadas depende da intensidade).
Aperta, bem forte!
Calma! Não solta agora!
Demora um pouco.
Fecha os olhos.
Respira fundo.
Você pode sentir um tambor no peito do outro (natural, aviso com antecedência).
Dar aquele sorriso de lado.
Pronto.
Aconteceu.
Bom, né?
Maravilhoso!(Sérgio Roberto)
Encosta.
Braços para frente.
Mãos nas costas (podem ser fechadas depende da intensidade).
Aperta, bem forte!
Calma! Não solta agora!
Demora um pouco.
Fecha os olhos.
Respira fundo.
Você pode sentir um tambor no peito do outro (natural, aviso com antecedência).
Dar aquele sorriso de lado.
Pronto.
Aconteceu.
Bom, né?
Maravilhoso!(Sérgio Roberto)
Guarda-chuva
(barulhinho de chuva)
Vento, frio, mãos no bolso...
Joguei meu guarda-chuva no lixo.
Não!Não quebrou!
Eu só quis tomar banho de chuva.
Sim. De chuva. Dessa vez não quis que a guardassem de mim.
(ventinho frio nos cabelos)
Quer saber? Não dói, só molha.
Molha o seco. (Sérgio Roberto)
Vento, frio, mãos no bolso...
Joguei meu guarda-chuva no lixo.
Não!Não quebrou!
Eu só quis tomar banho de chuva.
Sim. De chuva. Dessa vez não quis que a guardassem de mim.
(ventinho frio nos cabelos)
Quer saber? Não dói, só molha.
Molha o seco. (Sérgio Roberto)
27.4.08
Todo fim é assim
É como se o espaço entre o coração e a arquitetura ao seu redor perdesse a ventilação e um aperto provocasse a angústia latejante entre o peito e a garganta sem voz...é acordar de madrugada martelado pelas lembranças vivas em pensamento.É entender e não aceitar,que para você tudo foi muito maior.É finalizar um ciclo sem querer começar outro ainda com dor...é a ausência, a solidão, o desdém, a distância...é a frieza, a arrogância, o vazio.É enxergar e sentir que já se foi a hora, o vento e o momento.Passou, não para mim, mas passou.Será verdade que o tempo se encarregará de curar a ferida deixada? E se um dia ela cicatrizar, em meu coração nada terá mudado? Me ensina a lidar com a dor deixada...da angústia não quero nada,absolutamente nada.Meu futuro começa aqui. (Sérgio Roberto)
Substantivos
Faca é faca
Pão é pão
Fome é fome.
Estranho desígnio das coisas
de serem exatamente elas
quando as olhamos sem paixão. (Tanussi Cardoso)
Pão é pão
Fome é fome.
Estranho desígnio das coisas
de serem exatamente elas
quando as olhamos sem paixão. (Tanussi Cardoso)
Continho
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:
- Você aí, menino, para onde vai essa estrada?
- Ela não vai não: nós é que vamos nela.
- Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
- Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé (Paulo Mendes Campos)
- Você aí, menino, para onde vai essa estrada?
- Ela não vai não: nós é que vamos nela.
- Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
- Eu não me chamo não, os outros é que me chamam de Zé (Paulo Mendes Campos)
26.4.08
O interruptor
- Onde fica o interruptor?
- Por quê?
- Quero apagar a luz.
- Agora?
- Sim.
- Tem certeza?
- Não.
- Deita aqui. Hoje você dorme em mim.
- E a luz?
- Eu apago depois em seus sonhos, para acordá-lo. (Sérgio Roberto)
- Por quê?
- Quero apagar a luz.
- Agora?
- Sim.
- Tem certeza?
- Não.
- Deita aqui. Hoje você dorme em mim.
- E a luz?
- Eu apago depois em seus sonhos, para acordá-lo. (Sérgio Roberto)
24.4.08
Asas
Buscar nas coisas fugidias um propósito envolve decepção. A mesma lâmina que nos corta quando temos o amor próprio ferido se faz presente na circunstância do fato angústia. Trabalhar o processo no tempo dos outros é inviável, o tempo é seu, pelo menos no instante maior da dor.Enxergar e aceitar que o mecanismo se dar apenas em você, num instante que parece ser para dois, já nos remete a idéia de um passo à frente.A verdade é ingrata na medida que não alivia em você nada. A área aberta em algum lugar da pele da vaidade não vai ser costurada por mãos amigas. A experiência desconhecida é que se revela nessa cena de final perturbador. Esvaziar a alma antes de pedir licença ao sair do foco, não é o melhor ungüento para a ferida aberta.Talvez algum boticário da esquina explique-nos cientificamente o que os textos da vida não nos respondem nas entrelinhas a respeito de curas na alma.Eu queria criar asas não para fugir em decorrência do meu medo avassalador de reconhecer que sou só.Queria ter asas para sentir a leveza de voar sobre o mundo que de lá debaixo nos espia com ar de superioridade e que nos faz sentir quase o tempo todo que esse processo de buscar pela felicidade é em vão.
23.4.08
Tocando a angústia
E naqueles dias de angústia latente, acreditava eu que poderia rasgar o peito e tirá-la com as mãos sujas de dentro de mim. (Sérgio Roberto)
O sexo
Pele quente envolvida pelo tecido frio
Bocas molhadas pela saliva ácida
Mãos trêmulas sobre o suor que foge dos poros entre abertos
Corpo sobre corpo
O sexo
Língua deslizando sobre o sensível
Respiração fragmentada em atos de silêncio
Dor no alívio do prazer
Braços e pernas em laços fortes
Penetra, invade, sufoca
Arde, queima, chora
O gosto, o cheiro , o grito
Cuspo, arranho, bato
O gozo
Unhas riscam desenhos assimétricos
O músculo descansa entre o abraço
Um cigarro, cinzas e vento
Lados opostos em nádegas unidas
Durmo,sonho, acordo
Entre o lençol sujo e o paladar doce
Encontro-me vivo (Sérgio Roberto)
Bocas molhadas pela saliva ácida
Mãos trêmulas sobre o suor que foge dos poros entre abertos
Corpo sobre corpo
O sexo
Língua deslizando sobre o sensível
Respiração fragmentada em atos de silêncio
Dor no alívio do prazer
Braços e pernas em laços fortes
Penetra, invade, sufoca
Arde, queima, chora
O gosto, o cheiro , o grito
Cuspo, arranho, bato
O gozo
Unhas riscam desenhos assimétricos
O músculo descansa entre o abraço
Um cigarro, cinzas e vento
Lados opostos em nádegas unidas
Durmo,sonho, acordo
Entre o lençol sujo e o paladar doce
Encontro-me vivo (Sérgio Roberto)
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