20.5.08

Tudo & Todos

Tenho sido acometido de uma descrença generalizada sobre tudo e todos. Logo eu, que insistia tanto na premissa de que é preciso acreditar sempre, em qualquer coisa,desde que lhe traga algum significado.Essa incredulidade não é gratuita. Foi construída no dia a dia mesmo. Na vivência das experiências, na rotina maçante dos dias e principalmente na convivência com pessoas. E tem me assustado descobrir que o "tudo" depende do "todos". Onde estão os diálogos gostosos, inteligentes, interessantes? Onde estão os valores que se foram e não foram repostos? Por onde andam as pessoas frágeis, e não confundam com fracas, o sinônimo aqui seria humanas, sensíveis e com atitudes receptivas. Hoje todo mundo veste roupas de super herói. Onde compram essas roupas? Nem quero saber. Já não sentimos mais muitas coisas. Andamos anestesiados, incrédulos e irônicos. Os avanços são significativos em diversas áreas, exceto , ao meu ver, nas das relações pessoais. Estamos retrocedendo significativamente. Entre nessa dança ou saia da roda. Prefiro dançar lá do lado de fora.
Não, não queria está sentindo isso, mas é fato. E contra fatos não há argumentos. Sinto-me distante, incomodado e decepcionado. E nessa coisa de amizade, amor e companheirismo sou exigente. Sou chato. Não quero qualquer coisa. Eu entendo tudo como se fosse um trem e a gente embarcasse no primeiro vagão-amizade e durante a viagem fossemos percorrendo os outros vagões até chegar na estação final. Com certeza, muitos saltam do trem antes da hora, muitos. O trem chega quase vazio. Eu disse quase, e é nesse quase que tenho me segurado noites e dias.
É uma questão de tocar, de olhar, de saborear, ouvir e retribuir descompromissadamente. Saber usar os sentidos é o que nos falta. E por ser simples torna-se difícil. Mas eu encontro, e aqui deposito minha pouca fé, nesse encontrar. Eu ainda encontro o privilégio de acreditar, sem ingenuidade e utopia, que tudo e todos hão de melhorar. E que não seja só uma questão de acreditar, mas também de enxergar. (Sérgio Roberto)

Um comentário:

Wilson Gustavo de Castro Lopes Oliveira - Professor Gustavo disse...

Há um tédio criativo construíndo um mundo vulgar e sem sentido ao nosso redor, sumiram de nossas lideranças os valores que faziam coerência para o Espírito Humano, à semelhança de eras terríveis para grandes áreas sobre o horizonte, a seca espiritual que tange o homem hoje é uma doença grave pela qual se sintomatiza um governo cada vez mais fútil de mercados desesperados e políticas monólogas. Eu estou no mesmo batido cardíaco que você, o peito mucho diante das esperanças pífias que surgem mais pelo saudosismo inevitável do que pelas estatísticas apresentadas, eu tenho medo demais do quê vai nos acontecer.


Por outro lado, há uma insurgência muito especial das duas últimas gerações, prometendo divulgar um novo almanaque de entedimentos, uma era com chuvas torrenciais de honestidade e simplicidade promete fazer florestas em desertos de pedras laminadas, e eu confio minhas últimas pombas da arca a esse paraíso de futuros, de alguma forma não conseguiremos mais ser felizes com muito dinheiro, vamos preferir ter tempo! E justamente, nessa época de tudo querer para ter, seremos salvos pelo vazio no extrato de tudo que atualmente valorizamos ou no espaço aberto de tudo válido a experimentar!










excelente te ter em palavras!