3.5.08

Sede

Ínfimo momento és em ti que encontro-me. Já tentei mexer nas horas inacabadas do meu dia. Também ousei diminuir o passo, correndo como eu estava, não iria chegar ao longe.Como é irônico esse buscar ofegante pelo amor. Sim, o amor.Alguém ainda fala sobre isso? Silêncio. Todas as respostas sobre o amor se fazem em silêncio.Por debaixo do pano. De tudo ,descobri a coragem. Mas até que ponto é válida? Não quero ser altruísta, não cabe entre dois essa doutrina unilateral.A minha essência está rabiscada em meus olhos, mas quem os enxergam?Teimam em dizer-te que para tudo existe um propósito. Disso é feita a vida, propósitos? Que cômodo pensar assim.Uma coisa é certa, a balança sempre esteve desigual. O lugar da gente é onde a gente é amado. De fato é um ciclo.Amor com amor se paga. Já não me pergunto se o tempo faz-se ingrato dentro de mim. Minha relação com o mesmo é frívola. Minha sede não passa. Quero mais. De peito aberto eu repito: quero mais. E assim entrelaçam-se os segundos exasperados. Onde estão os iguais a nós? Percorrendo as ruas não os encontro.Há uma ponta cortante de decepção entre o buscar e o não achar. Mas o que é mais desconcertante é que até as decepções passam, curam, esvanecem.
É tênue essa inquietação. Culpo-a por essa pressão entre o peito e a alma. A dor psíquica é infinitamente mais pertubadora. Está tudo aí. Em pratos limpos.Preto no branco. Sempre foi assim, tudo comigo.Eu que sempre acreditei cegamente no estar em dois, sofro por estar sempre em um. Amargo processo de elucidação dos fatos. (pausa para um chocolate)
Entre as opções desse moinho sempre percebo que quase todas nos impulsionam para frente. Acho que é inata essa força arredia. É um bônus para os momentos maiores.Nada em mim é latente. Tudo revela-se.Paga-se um preço mas é válido.Abra suas gavetas que as minhas estão sempre abertas.Acho doloroso essa franqueza de almas porém extremamente pertinente quando se quer ir além.
Assim como o medo que nos impõe limites, assim como a dor que nos determinam marcas, é o meu tolo argumento que me faz seguir. Com a vida não quero dívidas.Aqui se faz ,aqui se paga.Sendo assim, me calo. (Sérgio Roberto)

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