4.8.07

Presença

Presença

Eu deixarei que brote em mim a ânsia de amar os teus lábios que são vermelhos, fisiológico-amor,
Por que tudo poderei te dar além da alma e do momento em sentimento, enraizada-flor
Entretanto tua ausência eleva meu vazio, o colorindo em tons no mínimo sombrios, preta-branca dor
Quero-te amanhã sem o limite do pudor, doce-salgado fluido-incolor
Não determinei caminho torto de mão-única no auge do meu esplendor, ser que se quis beija-flor
Jamais ousarei encostar a epiderme da carne em outra pele sem tato-indolor
Deslizarei entre os vasos ocultos da tua vaidade, apenas a mendicância da chama laranja, atrito-fogo sem rancor
Quem te possui não sou eu, pronome mudo calado e sem cor
Não compactuarei com ninguém meu tormento esmagado, horizonte-desgastado, lágrima que errou
Afastarei em fim, o teu abandono de mim, e aprisionarei os teus olhos costurando-os em meu jardim, primavera viva que brota cor de carmim. (Sérgio Roberto)

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